sábado, 21 de março de 2009

(Des)pudores

Amor é a continuidade da paixão. Um desejo insatisfeito de tanto querer. Amo-te
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A continuidade de um mesmo sentir, num objectivo comum. A vitória de um pulsar em uníssono...
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O sabor da vitória tempera-se em cada batalha.
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Insaciável de batalhas que culminem nesse desejo de me dar, a ti.
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Que nunca te sacies dos meus beijos e risos, são pedaços teus que florescem em mim.
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Germinam numa vontade que me leva à saudade, de encontros ocasionais numa certeza sensitiva. Amar é...
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é acreditar no amor.
Quanta saudade cabe numa palavra ? Quanta falta cabe num amar ? Leio as tuas palavras para mitigar a ausência.
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Palavras que saem naturalmente, provocadas, incitadas...Sem palavras, beijo-te.
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Que o teu beijo, beije o meu. Que o vento sul conflua no vento norte. Que o tempo seja um plácido lago, assistindo assombrado aos aromas derramados, pelas brisas saudosas. Que um rio de sentidos cative o tempo até o céu ter fim. Que o céu não tenha fim. Sentir desejando...numa fogueira de sensações.
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Em brasa, é como estou, com arrepios que me percorrem o corpo. A alma divaga. Transmuta numa dança de cores pasteis, que pintam novos horizontes por descobrir...
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Desejos não coincidem com limites...aqui não existem regras. Excedo-me...
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É o que saudosa espero sempre. Observa a minha boca...ansiosa,
molhada...
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Sente a minha lingua...molhada, envolvendo a tua. Penetra em deliciosos devaneios na tua boca. Saboreia as gotas que saltam...
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Lingua devaneante que entreabre, provoca, descobre, sensações intensas. Deixamo-nos levar nessa dança de bocas e de linguas.
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Em desejos molhados a lingua ganha vida própria. Desliza pelo teu corpo, explora cada intimidade. Sentes teus seios molhados por ela ?
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Seios que se moldam e excitam à tua lingua conhecedora.
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Seios que afago, com a firmeza do meu desejo. Traçando um sulco com a lingua molhada...
em direcção aos aromas que me esperam.
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Aromas que libertam dedos, expectantes por te tocar e sentir.
Ardente a boca que se abre, no corpo que se contorce entregue.
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Molho os dedos em ti, sinto o desejo que cresce em nós, em cada prova que saboreias de mim...em gotas ácidas...
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Depois de mergulhados na tua boca, os meus dedos tocam o teu membro erecto...
a tua tesitura que me enlouquece.
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Eis que te percorre o corpo o meu membro. Anseia visitar os teus segredos molhados. A tua lingua o conhece com um desejo guloso.
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Deleita-se na minha boca, na minha lingua incisiva, que em terras áridas floresce. Desejas-me. Desejo-te.
Dou-me numa oferta prevista, numa dádiva que se espera.
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Sim, tomo o teu corpo, enquanto me delicio, ao sentir o meu membro na tua boca, que o molha e engole até desaparecer por completo em ti. O desejo enlouquece-me...
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Num vai e vem alucinante, desliza numa dança dos sentidos, cúmplices e partilhados. Agiganta-se o teu membro,
no teu corpo contorcido de êxtase.
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E em convulsão explode, num manancial de doces fluidos leitosos que te escorrem pela garganta, mantendo ainda a erecção pelo toque da tua lingua.
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Extenuados e nús na areia molhada, que absorve as gotas do prazer, do teu, do meu. O sol que se esconde para que outro brilho surja, os nossos corpos e almas numa fusão cósmica. Sublime.
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18-19-20-21/03/2009

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