sexta-feira, 1 de maio de 2009

Exala


Beijo o beijo da tua boca, desfrutando do instante preciso. Na ampulheta, a areia retem-se, sem pressa de cair...
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Que seja o beijo, suave e doce, a ponte que nos una. Que seja o entrelaçar de mãos, o calor que nos sustém . Que sejam as nossas almas, numa confluência intemporal, que encarne esse beijo, entregue com desejo.
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A árvore começou a dar os seus frutos e as vides em flor libertam um aroma que entorpece os sentidos...
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Os frutos e aromas que libertas, são o resultado da sólida e excelente árvore que és. Beijo no teu aroma...
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Aromas que não nascem ou subsistem por sí só, numa perspectiva solitária. Na vida somos tudo o que somos e não somos, num perpétuo mover de almas e corpos em comunhão. Nada é, por si mesmo, sem uma causa e um efeito. Tu és a causa que beijo no seu todo. Aromatizo-me.
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Se um beijo pudesse exprimir, quanto sente, quem o dá, gritaria bem alto aos ventos bravios, a força do amor. Nesse doce aroma, sopro: Amo-te.
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Vento que me desbrava na sua força natural, levando-me nas suas asas leves e coloridas. No ar... fica uma fragrância que se imbui nos sentidos. Embriago-me...
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Sentidos que brincam com os desejos, contidos e submissos à razão, contudo livres no mar ondulante de pensamentos paralelos.
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28/04/2009
Imagem: Daniel Pedrogam

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