domingo, 15 de março de 2009

Amores não são escolhidos. Sem darmos por isso, eles já estão a ser vividos.
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Podia escrever mil palavras, mas apenas esta, está em constante rebuliço: Amo-te
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Existem palavras que nos beijam como se tivessem boca. Beijo-te. Sentes a minha boca ? Repara na língua que cria palavras tecidas na alma corporizada. Deixa-te deslizar...
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Quanto desejo. Quanta saudade. Quanta falta do teu abraço. Tudo sinto. As palavras mitigam apenas o que o pensamento concebe. Cores desenfreadas.
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Falta gera saudade. Do que existe mas que não se tem ao alcance dos olhos e dedos que almejam tocar. Um desejo mútuo, infinito. Sentimos. As palavras tornam-se parcas.
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Dá-me uma pitada de ti, pingando na minha língua.
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Aromas misturados e intensos, entrelaçados nas línguas ansiosas, escorrendo pela garganta ? Gota a gota pingando. Múltiplos sabores e texturas...
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11/02/2009
Querer-te é um facto. Um querer contínuo e mútuo, que nos leva ao encontro de sensações indescritíveis.
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Enquanto a distância é, deslizo por ti em pensamento. Deslizando, encontro-te na totalidade. Beijo no teu centro.
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E no centro, o encontro final. Existe apenas uma luz, quando as barreiras caem e todas as flores podem florescer juntas.
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Quanto amor contém uma palavra singela ? Tudo quanto o que a distância multiplica pela saudade.
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Partilhar, saborear, prolongar no tempo parado que se dinamiza pela palavra e pelo acto de amar, detalhes que se potencializam em momentos concretos.
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Amor é um momento parado no tempo, partilhado por quem o sabe saborear, como nós.
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Na essência se movem as emoções. Entrega. Dar até doer, quando tudo o que me dás eu te dou a ti. Amo-te, tanto quanto posso. Será o bastante ?
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Em momentos concretos mais que pensamentos, mas a essência que nos move. Os actos que os materializam em momentos únicos de intensidade que damos e recebemos.
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As certezas absolutas podem-se relativizar, quando temos a sensação que ficamos aquém do muito que temos para dar. Serei bastante ?
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A entrega total de quem ama, é a absoluta certeza que é o bastante para quem recebe. Sou bastante ? Penso que sim.
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12/02/2009

Aquecida e desperta por pensamentos e devaneios, que assolam sem licença. Serpenteio nos que me abrasam a alma e o corpo. Alimento.
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Alimento o dia com esteiras garridas de pedaços nossos, que gritam renovos retornos. Sons que nos buscam. Sussurros que desejamos.
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Sons de uma melodia harmoniosa, letrada por palavras do sentir, embalando corpos sedentos de descobertas.
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Com a serenidade e certeza deste sentimento que partilho, as palavras são sempre parcas, quando penso nas cores que vestimos.
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As palavras encantam e o toque torna ardente uma paixão. Toco-te com o meu olhar que se abrem em dedos imaginários..
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As palavras são embaixadoras dos sentidos. Os toques os desatam. Com lábios percorro estradas húmidas. Tuas. Nossas.
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Os cinco sentidos, em que o toque é o mais profundo.
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Não sou poeta. Não sou virtuoso na vida. Sou apenas eu. Na complexidade e simplicidade que me posso dar.
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13/02/2009

(Pausa)

Ancorada em pensamentos, de encontros numa dimensão real e concreta, disperso a saudade de não ter.

No ritmo de corações em uníssono, vazia está a cama onde não estás, estranhos os lugares que percorro sem estares, estando.

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20-02-2009

Acompanho-te ? A minha presença será subtil e imperceptível. Prende-te no seu aroma, sem dedos.
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A tua presença acompanha-me a todo o momento. A vida abriu-se para ti. Um espaço que só tu podes habitar.. Saudades. Muitas.
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Entretanto a guitarra de Santana geme...

Da guitarra jorram lágrimas de alegria, em gotas suspensas, num tempo que aprisionamos. Eu. Tu. Nós. Um. O que começa em mim e acaba em ti...
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Na serenidade das tuas gotas expectantes, divago em pensamentos molhados. Saboreando gotas minhas, por tuas, não as ter...
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És rio que me inunda, cobrindo do que o mar não possui. Preenchendo. Sem lacunas. Sem reservas. Sal. Doce. Amo-te, como continuidade de mim mesma, não deixando de existir. Perfeição ?

A intensidade marca almas e corpos, numa fusão cósmica, que sem nos extinguir, que sem nos extinguir, torna-nos expectantes de um mar e rio transbordantes, Desbravando no serenidade, que provém de águas em tempestade, encontro forças poderosas. Paixão.

Mergulhada nessa fluidez. Inquieta, porém serena. Queres descansar em mim ? Deita e cerra os olhos...
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21/02/2009

O meu beijo flutua na brisa com sabor a sal. Sentes ? Que o teu dia seja leve...
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Assim tão leve e doce como tu.
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Sementes de exotismo, temperos doces e quentes, que mergulham no líquido branco e fresco. Finalmente, saborear. Salivamos ?
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Líquido leitoso que banha, tornando o salivar num rio que goteja pela antecipação do contacto de tais formas deslizantes, entre lábios que formam círculos para as receber.
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Receitas cruzadas de paladares que se buscam e se encontram na sugestão da iguaria e na vontade de a provar. Procura, eu ofereço.
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Acaricio a procura, em pensamentos aromatizados com agridoces paladares. Desenho riachos nascentes do desejo. De ti correm. Que me ocultas ?
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O que se descobre, desnuda, desbrava o que antes era oculto. O desejo despoleta o olhar, no toque incisivo da boca, que se abre em múltiplos sabores. Se puderes ver, olha. Aprisiona a sensação. Liberta-te nela.
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Percorro a tua boca com a minha língua. Está molhada e impaciente. Desnudo-te suavemente e a tua pele pede continuar...
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Inquieta e confiante pelo resultado que pressinto. Atreve-te pela pele insaciada de toque, da língua que suga gotas de paixão.
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Molho-te a pele com a língua, em círculos lascivos. Sugo os mamilos duros de prazer, e, os dedos buscam teus húmidos recantos. Sente-os....
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Dedos que anseiam perder-se, naufragar em águas de revolta e calmaria. Submersos. Resignados ao êxtase. Oxigénio que nos alimenta. Vibro...

a cada toque, nos dedos que deslizam, conhecendo, na língua que sacia uma sede que se potencializa na insatisfação. Mais. Quando perdidos estamos...
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Dedos molhados de prazer que a boca saboreia em devaneios. O teu peito arfa ao contacto da minha mão e pede mais. Perco-me em ti.
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22/02/2009

Sem saltear horas e quem galgando distâncias, adormeci enrolada em ti.
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A perder-me em pensamentos...
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Perde-te em rubros pensamentos. Deixo-me embalar em ondas dançantes de prazer. Visto o traje da nudez que se revela.
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Vejo-te. Desnuda, serpenteante no toque ousado. Saboreando ácidos desejos. Sigo com olhar penetrante cada contracção. Que fazes ?
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Guia os meus dedos. Hoje és meu amo sem ser tua escrava...
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Nua, quero ver-te. Abre as asas da vontade molhada. Expõe-na ao meu olhar indiscreto.

Tua língua quente e molhada envolve o meu órgão já erecto. Mil estrelas explodem ao senti-lo tocar no fundo da garganta. Emana leite morno que te escorre, num vai e vem acelerado...
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Que sorvo com prazer, misturando com o néctar que sem o conseguir reter, emana de mim. Quente...
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Está quente e aromático. Doce e ácido. O teu beijo na minha língua. Tomo-te por trás. Tua entrada fechada olha-me desejosa. Molhado, antecipo a cedência.
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Entrada fechada que se abre ao teu comando molhado. Que quer. Que quero. Cedendo passagem, contraindo, soltando. Devagar. Acelerado. Tanto o prazer, nos gemidos que se soltam sem pudor.
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Sem pudor na dor que liberta o incontido prazer. Sem pudor na visão atesoada da carne que envolve a outra carne, até mais carne não ter. E desliza, mergulhando até um completo preenchimento do teu pequeno espaço, ainda molhado.
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Que lascivamente engole, tornando-nos UM. Saciados da fome, da sede crescentes, sorrimos vitoriosos, das resistências que caem por terra. O desejo era tanto. Tanto ainda por desfrutar.
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23/02/2009

Desfrutando da tua boca e envolvendo a tua língua na minha, misturando salivas, aquecendo o fogo rubro.
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Sabores e texturas que se complementam, de olhos fechados. Ensaio sobre a paixão ?
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Paixão é laço vermelho e azul que envolve o desejo de amar. Amor apaixonado é um contínuo enlace de rubras paixões.
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O desejo é o ímpeto que despoleta a paixão, envolvendo almas e corpos em confluência.
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Que se consome na total entrega de corpos e almas. As almas estão delirantes e os corpos saudosos. Como sacia-los ?
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Imaginá-los na entrega, segurando a saudade no tempo, até que se concretize na sua plenitude máxima.
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Estás nos meus braços. Nossos corpos enlaçam-se em desejo Puxo as tuas ancas contra as minhas. E o prazer que irradia desse toque, inebria e solta-nos. Vamos...
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Inebriados pelo desejo que o toque ocasiona, colamos peles que gritam e almas que se silenciam. Leva-me. Eu levo-te. Vens ?
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24/02-2009

Beijo-te
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Espraiamos no beijo. Inundando cada recanto nosso.
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Tacto que acende recantos conhecidos, em momentos de rubros desejos.
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Desejos de te ter como és. Vulcão, momento a arder, sem tempo, no chão.
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No chão estamos, forrado dos gemidos que se arrancam do que antes era silêncio. Quando me tens...
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Tenho-te. Sem te ter. Saboreio cada pedaço teu, nas fragrâncias que libertas e a minha língua encontra. Que te dou ? Que me dás ?
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Damo-nos, numa entrega de sentidos. Onde paira o equilíbrio ? Perdemo-nos, nos aromas e toques, que se sucedem, revelando pedaços de nós. Numa cumplicidade que provoca o sorriso, nesse prazer de nos termos.
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Prazer despertado na paixão, temperada por fluidos trocados, leva ganas de mais querer. Soltam-se palavras arfadas. Ganha-se o tempo ao...
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ao tempo que mais tempo não é. Vivo o teu sentir. Desejo os teus desejos. Beijo os teus beijos. Deslizamos na mesma onda de paixão, que nos galga os sentidos.. O meu sorriso...
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O teu sorriso é um lapso de tempo, parada à minha espera..
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Tenho vontade de esticar os dedos e tocar-te.
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Sinto os teus dedos deslizando no meu peito. Sinto o teu corpo quente colado ao meu. Sinto-te. Como te tocasse...
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Entrego-me nesse contínuo abandono. Pele com pele. Boca com boca. Alma com alma. Antecipo em pensamento o...
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o momento da entrega, em total sintonia de nus corpos que se deleitam na descoberta de novas lições. Beijo o teu pescoço, com suave linguajar. Boca insaciável que teima em...
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transbordar um mar de desejo, por ser água que se pode tocar, mas não se pode reter no seu curso. Deixo-me ir sem...
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recato. Sem pudor. Tudo te permites nessa viagem sem Destino, que temos como certa. Rodeio o teu mamilo erecto, com a ponta da língua, molhos dois dedos dentro de ti. Quente. Húmida. Viajamos...
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nessa viagem sem retorno. Mamilos que cedem, grutas que expectantes acolhem. Sinto-te erecto, pronto, majestoso e confiante ao passo seguinte. Espreitas e...
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tomo o teu paladar, nessa gruta que se entreabre sequiosa. Teu pequeno botão se eleva ao sugar. Minha lança goteja de gozo. Perdidos. Encontrados.
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25/02/2009

Na simplicidade do desejo que nos consome. Libertamos a força, que nos eleva além do olhar. Quero-te. Dói tanto querer. Que doa. Este querer.

As palavras são sempre curtas, quando o sentir reclama a plenitude da tua presença.
Palavras soltas de r para l
26/02/2009

Envolvo o teu beijo no meu e desfruto da panóplia de sabores que derretem desejos incansáveis de mais querer.

Porque o tempo é dos que o medem e o espaço de quem o vê. Em união, apenas nós existimos e cada momento de espaço é um poema nosso.

O meu corpo está em ansiedade. Mas com uma carícia suave beija o teu e desliza. Num afago contínuo, tilintando cada textura por descobrir.
(Palavras soltas de r para l)
27/02/2009

Amor é a descoberta contínua de momentos de paixão.
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Amor são instantes intensos, um pulsar em uníssono, eternizado no tempo. Estares presente, tocável e observável (sinto), quando fisicamente distante. Entender a contradição do real e do imaginável que se sente.
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As saudades aumentam o desejo. O desejo alimenta o amor. É bonito, mas prefiro estar cada segundo a teu lado. Sem saudades.
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Não sentir saudade, quando é ela que potencializa o querer. Quero-te, nos gemidos dos corpos, na sua dança cadenciada e sugestiva e no estreitar das almas que se complementam.
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Fecho os olhos e vejo-te. Beijando. Tocando. Vejo dois corpos como um só. Fluidos que se trocam desafiando fronteiras, na busca do amor total.
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A sublime fusão que nos cativa nessa busca incessante do prazer máximo. Sinto que te contorces a cada olhar, palavra, toque. Observo o meu prazer no teu. Um convite velado para continuar...
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O teu convite é uma entrada no oceano da entrega. Sinto um pulsar erecto e um calor molhado. Tenho-o vibrante. Prova-o.
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Mergulha no azul do oceano. Prova o seu sal. Vejo tua boca tomando o seu gosto. O teu mastro que engrandece, majestoso na sua erecção Quero sentir o seu pulsar, no enlaçar da minha língua, que deliciada se movimenta com destreza.
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Deliciado, mergulho num silêncio cúmplice. Quero observar e seguir-te com o olhar...
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Exposta perante o teu olhar, os teus dedos conhecedores. Convida, sem pudor, o teu membro em brasa. Ardo, pressentindo a sua presença, grande e dura, que desliza num vai e vem acelerado. Percorro a minha boca, com a língua. É tanto o prazer. Sentes ?

Com os teus dedos na minha boca, saboreio os nossos sabores. Em simultâneo, entras erecto dentro de mim e numa sintonia intensa dançamos..

As ancas num compasso frenético, de gemidos e palavras luxuriante, ondulam. Pressente-se uma explosão dos sentidos, empurrados para um culminar que se quer e já não se pode reter. Abandono de corpos extenuados em almas preenchidas.
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Repouso em ti
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28/02/2009

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